Eu sou dia. Amo a noite
Ambígua. Antítese infinita em mim mesma.
Eu sou dia, quente, ensolarada.
Insinuante em minha claridade inebriante.
Amo a noite inebriante em sua obscuridade insinuante.
Noite fria e misteriosa.
E nos opostos que se atraem amo o que não posso ter.
Pois quando morre o dia é que a noite vem aparecer.
O ocaso é sucedido pela lua a reinar.
E quando a noite deixa de existir é que o sol vem nascendo a brilhar.
Aurora com todo esplendor.
Fadada ao desencontro daquele que complementa minha vida.
Desencontro de gêmeas almas.
Diferentes, complementares. Faces de uma mesma moeda.
Como dói amar o que não posso ter.
Eu sou dia e amo a noite.
Sol e lua, coração de um e outro.
Separados, pulsam em um mesmo ritmo.
Harmonioso como a mais bela música.
Lua e sol, juntos apenas em eclipse de amor.
Dia e noite devem suas existências justamente por seu amor ser platônico, puro.
Fado. Metades separadas pelo céu.
Eu sou dia, mas amo a noite.
Divania Rodrigues