Frase do Dia!!

Toda iniciativa de boa fé, de mãos limpas, de peito aberto, deveria ser muito prestigiada. A vida é tão melhor coletivamente!

___________________Cláudia Dornelles


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Rotina, a vida de uma pedra




Estou vivendo sempre o mesmo dia sem fim. A mesma coisa todo dia: nada. Eis a minha história: nenhuma. Amanheço, acordo, durmo, acordo, durmo, almoço, durmo, acordo, sonho, ouço música, durmo, leio, como, assisto TV, como, anoiteço, sonho, durmo, sonho...
No outro dia tudo igual, tudo se repete sem se renovar, a não ser que por acaso eu troque o livro de aventura, ou a aventura do sonho, ou o artista do cd. Um círculo perfeito, um círculo vicioso, um zero perfeito, um zero a esquerda sem nada a acrescentar.
E o que fazer pra sair disso? Nada vem a mente, é tudo sempre o mesmo dia sem fim, sem começo. Sem planos, a não ser os mirabolantes e os que a loucura insólita produz. Sem início, sem fim, sem passado, sem futuro. Vivendo um dia de cada vez. Um dia sem glória, perdido no espaço contínuo, no tempo perdido. Um dia maçante, cansativo em sua improdutividade rotineira.
Um dia, um dia inteiro, vinte quatro horas, mil quatrocentos e quarenta minutos, oitenta e seis mil e quatrocentos segundos pra nada. Vazio. Zero. Nada. Perdida.  
Mas não, não, isso não é uma posição confortável, não. Saber como serão suas próximas horas é angustiante. Melodramático. Sabe-se como será o dia seguinte, mas o futuro é incerto, desconhecido. Mudar isso é como mudar uma pedra de lugar.
Uma pedra é constante, sua vida de pedra é assim, um dia de cada vez, sempre o mesmo dia sem fim. Intacta, sem mudança, sem destino, imóvel, imortal. Sem esperar que nada aconteça. Para alterar o ciclo vicioso da vida da pedra é preciso que algum fenômeno inesperado, já que a pedra não espera nada – bom talvez ela sonhe com algo, quem sabe? – aconteça. Talvez aconteça que uma criança pegue-a na mão e como brincadeira atire-a ao rio, fazendo-a pular algumas vezes sob a superfície espelhada da água antes de naufragar e pousa suavemente no fundo da água.
E aí a pedra que nada esperava, sentiu o calor da mão da criança e de repente estava voando, sentindo o ar ao seu redor, e flutuou sobre a água deixando marcar por onde passava. E depois sentiu sensação da água gelada a envolvendo, e foi caindo, mas não depressa como se cai no ar, foi mais como uma dança. Isso! Ela caiu dançando e quando alcançou o fundo do rio a sua vida não era mais a mesma. Imaginem o fundo do rio! E a correnteza fazia de sua vida diferente a cada dia.
Esperando o dia em que algo aconteça... com medo de estar esperando muito.


Divania  Rodrigues

quarta-feira, 25 de maio de 2011



O que é um místico?
Alguém que não conhece respostas, alguém que fez todas as perguntas possíveis e descobriu que nenhuma pergunta é respondível.
Descobrindo isso, abandonou o questionamento.
Não que ele tenha encontrado a resposta - simplesmente descobriu uma coisa:
que em lugar nenhum há resposta.
A vida é um mistério, não uma pergunta. Não um quebra-cabeça para ser resolvido, não uma pergunta a ser respondida, mas um mistério a ser vivido, a ser amado, a ser dançado.



Osho In: Escute seu coração
São Paulo: Ed. Gente, 2006
p. 35

segunda-feira, 23 de maio de 2011





Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.

Antônio Ramos Rosa

domingo, 22 de maio de 2011

"FAZER UM CÉU"





Fazer um céu, com pouco a gente faz
basta uma estrela, uma estrela e nada mais.
Pra ter nas mãos o mundo
basta uma ilusão, um grão de areia
é o mundo em nossa mão.
Sonhar é dar à vida nova cor
dar gosto bom às lagrimas de dor
o sol pode apagar, o mar perder a voz
mas nunca morre um sonho bom dentro de nós.




(Mário Lago)

sexta-feira, 20 de maio de 2011



Fale baixo...a dor acaba de dormir.            

Neste momento, preciso de uma alma mentirosa,
piedade caridosa, que só fale o que quero ouvir ...

( Mariléa Rezende )

terça-feira, 17 de maio de 2011




Hoje vago entre estrelas...
Em busca da calmaria...
E também dos sonhos teus...


Alma errante...
Que em prantos viaja...
De encontro ao tempo...
Buscando a esperança...
Acreditando no amanhã...


Vago livre sozinha...
Por horizontes desconhecidos...
Em cada olhar...
Procuro um anjo amigo...
Procuro um carinho...
Procuro uma mão amiga..


Como criança liberta...
Eu choro e espero a primavera...
Acredito que as flores...
Nos trarão alegrias...
E a vida poderá ficar...
Mais colorida...
Numa eterna magia...


Autor Desconhecido



segunda-feira, 16 de maio de 2011




Eu queria escrever luxuoso.
Usar palavras que rebrilhassem molhadas e fossem peregrinas.
Às vezes solenes em púrpura, às vezes abismais esmeraldas,
às vezes leves na mais fina seda macia.


Clarice Lispector

sexta-feira, 13 de maio de 2011



Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.



Pablo Neruda

terça-feira, 10 de maio de 2011

Fiz um conto para me embalar




Fiz com as fadas uma aliança.
A deste conto nunca contar.
Mas como ainda sou criança
Quero a mim própria embalar.
Estavam na praia três donzelas
Como três laranjas num pomar.
Nenhuma sabia para qual delas
Cantava o príncipe do mar.
Rosas fatais, as três donzelas
A mão de espuma as desfolhou.
Nenhum soube para qual delas
O príncipe do mar cantou.
Natália Correia

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Quem sabe um dia



Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é quem
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois

Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois .

(Mário Quintana)

sábado, 7 de maio de 2011

MÃE!


Mãe!!
 Que o encanto das flores, a suavidade da brisa, o brilho das estrelas, e o amor de Deus invadam o seu ser, e que você continue a irradiar amor e vida por onde passar...
Obrigada por tudo que nos ofereceu... Amo-te muito!!! (Eu)


Ela tem a capacidade de ouvir o silêncio.
Adivinhar sentimentos.
Encontrar a palavra certa nos momentos incertos.
Nos fortalecer quando tudo ao nosso redor parece ruir.

Sabedoria emprestada dos deuses para nos proteger e amparar.
Sua existência é em si um ato de amor.

Gerar, cuidar, nutrir.
Amar, amar, amar...
Amar com um amor incondicional que nada espera em troca.
Afeto desmedido e incontido, Mãe é um ser infinito.



(Livro: Minha mãe, meu mundo)
Autores:  Anderson Cavalcante/Simone Paulino

quinta-feira, 5 de maio de 2011



"A minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e, foram sempre positivas para mim:
silêncio e solidão".




Cecilia Meireles

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Preciso Me Encontrar



Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir prá não chorar...

Quero assistir o sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver...

Se alguém por mim perguntar,
Diga que eu só vou voltar,
Quando eu me encontrar...

Depois, depois
Que eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Composição: Candeia

terça-feira, 3 de maio de 2011

EU CONTO...




EU CONTO...

Conto flores no jardim.
Vermelhas ou amarelas.
Conto do começo ao fim.
Conto portas e janelas.

Não conto o que dói em mim...


Maria José Limeira