Frase do Dia!!

Toda iniciativa de boa fé, de mãos limpas, de peito aberto, deveria ser muito prestigiada. A vida é tão melhor coletivamente!

___________________Cláudia Dornelles


terça-feira, 30 de novembro de 2010

Soneto - Mulher Abstrata
 Ângela Bretas

Sou quem sou, simplesmente mulher, não fujo, nem nego,
Corro risco, atropelo perigo, avanço sinal, ignoro avisos.
Procuro viver, sem medo, sem dor, com calor, aconchego,
Supro carências, rego desejos, desabrocho em risos...

Matéria cobiçada... na tez macia, no calor ardente.
Alma pura, envolta em completa fissura. Sem frescuras!
Encontro prazer na forma completa, repleta, latente.
Meretriz sem pudor,mulher no ponto, uva madura!

Sou quadro abstrato, me entrego no ato à paixão que aflora.
Sou enigma permanente, sem ponto final, sem continências,
Sou mulher tão somente, vivendo o momento, sorvendo as horas.

Sou pétala recolhida, sem forma, sem cor, completa em essência.
Exalo a esperança, transpiro vontades. Não me tenhas senhora.
Sou mulher insolúvel, nada volúvel. Vivo a vida em reticências...


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Os Ombros Suportam o Mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.


Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.


Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
 
( Carlos Drummond de Andrade)


domingo, 28 de novembro de 2010

Se eu morrer antes de você...



"É preciso Amar as pessoas como se não houvesse amanhã!
Porque se você parar pra pensar na verdade não há"!

Bem vindo: primeiro post, primeiro gostinho do doce amargo de me expor à página em branco.

Escrever é tão difícil e ao mesmo tempo tão consolador...
Ver o papel ali em branco ou mesmo que seja a lauda do programa intacta esperando pelos caracteres a serem digitados - não sei qual dos dois é mais frio?! – o que sei, é que de ter borboletas no estômago é o que sinto. E essa sensação só passa quando consigo colocar em palavras o que se passa na minha cabeça, e isso é tão bom, é reconfortante...
Por isso decidi por aqui neste espaço em branco do blog coisas que me fazem bem, para que, “de repente-talvez” alguém possa se sentir compartilhando comigo idéias, desejos, sentimentos a respeito do mundo, a respeito de tudo.
Então aqui estou...

            Como uma  borboleta aqui estou tentando romper o casulo;
Buscando me Encontrar e Reencontrar;
Em constante busca por mudar o Imutável...
Enfim me definir é impossível, pois sou inconstante!!


Mas estarei sempre por aqui Simplesmente Borboleteando entre rosas e versos ...


           Enfim, transpus a barreira, já não há mais o “em branco” que me desgasta. A partir de agora, estarei eu nesse blog sempre renovando, e você sinta-se convidado a sempre me visitar e compartilhar...
“Sou uma mulher madura
Que às vezes anda de balanço
Sou uma criança insegura
Que às vezes usa salto alto
Sou uma mulher que balança
Sou uma criança que atura”
          (Martha Medeiros)


"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar (com devida licença poética, eu diria aqui: romper o casulo) de um modo ou de outro..." (Clarice Lispector)


Beijos, até a próxima!