Não, não ofereço perigo algum:
Sou quieta
como folha de outono
esquecida
entre as páginas de um livro,
sou definida e clara
como o jarro com a bacia de ágata
no canto do quarto -
se tomada com cuidado,
verto água límpida
sobre as mãos
para que se possa
refrescar o rosto mas,
se tocada por dedos bruscos
num segundo
me estilhaço em cacos,
me esfarelo em poeira dourada.
Caio Fernando Abreu
Um comentário:
Querida amiga
O mais fantástico
das palavras de Caio,
é que elas sempre
parecem que nasceram
de nossas vidas...
Reencontrar sonhos,
é reaprender o sentido da vida.
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